segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Uma questão de responsabilidade



Fico indignada com a falta de responsabilidade de alguns cidadãos com seus animais domésticos. Conseguem se desfazer deles com a maior naturalidade e sem remorso. Os motivos são os mais banais, como mudança de casa, cresceu demais, late demais, solta muito pelo, faz muita bagunça, a esposa engravidou, o animal envelheceu ...

Freqüentemente pessoas que fazem trabalho voluntário de acolhimento de animais de rua são procuradas por pessoas que “não podem mais” cuidar de seus cães ou gatos. A minha experiência com esse tipo de situação me ensinou uma coisa: as pessoas mentem! E fazem chantagem, ameaçam matar ou abandonar na rua, caso não resolvam seu problema. Há exceções, claro, onde a pessoa já tentou de tudo e não consegue mais achar solução para a situação, mas na maior parte das vezes há acomodação, onde é mais fácil empurrar o problema para outros e se eximir da responsabilidade.

Abandonar animais é uma crueldade contra eles e uma sacanagem para quem se depara com uma situação dessas, sejam os vizinhos de um cãozinho deixado para trás quando a família se muda, seja uma pessoa que encontra uma caixa de filhotes em seu portão, sejam os motoristas de uma via publica que precisam cuidar para não atropelar os cães perambulando assustados entre os carros.

Sou a favor da adoção responsável de animais, visto que é grande o abandono e não há famílias para tantos filhotes que nascem. Independente de ser de raça, mestiço ou legítimo vira lata, não importa, a dor da fome, do frio e da solidão é a mesma para todos.

Uma das principais bandeiras de um protetor de animais é o controle populacional através de campanhas de esterilização. Ao adotar um cão ou gato, dê preferência a animais já castrados, pois assim você evitará futuros problemas de procriação indiscriminada e estará contribuindo também para a saúde de seu pet.

É preciso refletir muito antes de levar um membro de patas e pelos para compor sua família. Essa é uma decisão que afetará sua rotina e que também fará parte de seu orçamento familiar. Além de alimentação adequada, nossos amigos também precisam de vacinação anual, atendimento veterinário quando adoecerem, casinha seca e aconchegante, um ambiente seguro e saudável, companhia e exercícios.

Como no Brasil o atendimento veterinário público ainda é restrito a poucas cidades, uma grande parte das famílias tem dificuldade em arcar com os custos de procedimentos mais complexos, como cirurgias ortopédicas, fisioterapia ou doenças infecto contagiosas. Muitas dessas famílias utilizam o serviço publico de saúde, mas o mesmo não existe para seus animais. Isso acaba gerando um impasse: como pagar atendimento veterinário particular para o bichinho da família, enquanto as pessoas freqüentam a fila do SUS?

Ao mesmo tempo, não é aceitável ser responsável pela vida de um animal e deixá-lo em sofrimento quando se acidenta ou adoece, por falta de verba para arcar com as despesas veterinárias.

As entidades de proteção animal brasileiras tem lutado por políticas publicas de bem estar animal, incluindo campanhas de controle populacional (castração) e hospitais veterinários públicos. Mas enquanto isso não for uma realidade, é preciso considerar como manter a segurança, dignidade e bem estar de seu animal.


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