sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A história da Mãezinha


 
Estava indo para Caraguatatuba pegar uma praia e visitar meu irmão.
Parei no posto de gasolina, vaca preta, tomar café. Está cadelinha preta, veio ao meu encontro e abraçou minha perna.
Nunca vi isto.
Enfim, pedi para o chapeiro fazer um file de frango sem tempero para dar a ela. Quando dei a ela, percebi as tetas inchadas e passei a mão. Leite! Perguntei aos funcionários do posto onde estavam
os bebes da cadela.
Eles me contaram a seguinte história: Apareceu lá no posto fazia uns três meses. Começou a engordar. Eles a alimentavam. Depois de um tempo sumiu. Tornou a aparecer, mais magra.
Vinha do outro lado da rodovia logo cedo para comer e no findar da tarde atravessava a rodovia para o alto do morro.
Eles achavam que ela gostava de dormir no mato. Nem se tocaram que ela, voltava para cuidar dos bebes.
Durante dois meses, todos os dias a mesma rotina. Atravessava a rodovia de manhã, comia e voltava à tarde.
Pedi uma corda amarrei e atravessei a rodovia (só de lembrar fico arrepiada como ela conseguia ????)... no inicio não confiou em me levar onde estava escondido seus bebes. Duas horas depois de me fazer subir e descer o morro, olhou pra mim e foi direto onde estavam os bebes.
Latiu e abanou o rabo. Não acreditei... dentro de um cupinzeiro! Dois bebes. Saudáveis e lindos.
Penso, quantas mulheres engravidam e tem meios para evitar, ficam sentindo uma vida crescer dentro de seu corpo e depois jogam em uma lixeira quando nascem?
Sentem a dor do parto igual dos animais, ouvem o chorar do bebe, igual dos animais, e mesmo assim tem a frieza de afogar, jogar no lixo ou enterrar.
Enfim, por isto e por outras, que realmente a essência do amor dos animais está acima de qualquer suspeita.
Está cadelinha que dei o nome de mãezinha é mesmo uma mãe. Todos os dias, creio que pelas contas, durante quatro meses atravessava uma rodovia para cuidar de seus filhos.
Foi muito emocionante jamais vou esquecer e nem os funcionários do posto. A história eles contam a todos que param lá. A mãezinha está aqui com seu filho. O mais bonito doei. Branco com olhos azuis, para a Vera. Está enorme e lindo. Seus olhos é de um azul intenso de amor. Com certeza o amor que recebeu de sua mãezinha. Eles sabem.
— em Rodovia Tamoios sentido caraguatatuba.
Postado no Facebook de Nita Thomé

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