segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dois destinos

Quando o Ozzy chegou lá em casa logo foi batizado com este nome, pois lembrava os traços de um Chow Chow e temos um amigo, o Rubens que tem um Chow Chow com este nome. Pronto, olhamos pra ele e dissemos vai se chamar Ozzy, vamos “copiar o nome” só não imaginávamos que as semelhanças não parariam por aí.

O Ozzy do meu amigo, foi comprado em uma feira, estava com Cinomose, o criador inescrupuloso já o vendeu doente, sem dó nem piedade. Possivelmente não quis perder “mercadoria”, não poderia deixar de faturar! Ele foi vendido doente, coisa que o Rubens como leigo não perceberia, mas o criador certamente já havia percebido.
Foi um baque para a família, um animalzinho tão pequeno e frágil assim tão doente. Mas eles, pessoas de bem, não hesitaram e trataram o Ozzy, fizeram de tudo, gastaram uma pequena fortuna, melhor investiram uma pequena fortuna, já que os animais nos dão coisas muito mais valiosas que dinheiro: amor incondicional, fidelidade, dedicação.
Valeu a pena, com muito amor e dedicação, contra todas as expectativa o pequeno e frágil Ozzy venceu a Cinomose, ficou com pequenas seqüelas, que segundo o Rubens até lhe conferem um certo charme, ele vive muito feliz e saudável na cidade de Timbó. 

O nosso Ozzy vira-lata, foi resgatado na Rua XV em Blumenau, e certamente tem uma história antes disso. Uma história desconhecida, mas fácil de imaginar, uma história como tantas e tantas outras que nós voluntários da proteção animal conhecemos bem.
Ele nasceu da cadelinha de alguém, era um filhote lindo, fofinho e brincalhão. Foi adotado por alguém, talvez até tenha recebido algum carinho, mas certamente não recebeu cuidados básicos como vacina. E assim, sendo um frágil filhote ele ficou doente. Ao contrário do outro Ozzy, o nosso Ozzy vira-lata assim que ficou doente deixou de servir para aquelas pessoas e foi abandonado na rua!
Quando o encontramos vagando sozinho o acolhemos, a Cinomose estava camuflada, mas já em estado avançado, levamos alguns dias para identificar e assim que identificamos não havia mais o que fazer, além do estágio avançado o Ozzy estava em um lar temporário com vários outros cães e o risco de contágio é grande, por isso o Ozzy teve de ser eutanasiado.

Quando resolvemos batizar o Ozzy inspirado em outro cão, não sabíamos que haveriam mais similaridades além de uma carinha parecida e uma língua roxa.
No fim a história do nosso Ozzy teve um desfecho muito diferente do Ozzy que inspirou o seu nome,  mas apesar de tudo, ao contrário de tantos outros abandonados que morrem nas ruas totalmente desamparados, o Ozzy morreu com dignidade, sem sofrimento nem dor, fome ou cede,  foi muito amado e teve quem chorou muito por ele.
Muitos não entendem como um voluntário ainda pode ficar triste quando não consegues salvar um de seus animais, afinal cuidamos de tantos, salvamos tantos e algumas vezes não conseguimos salvar outros. Ainda assim, cada um é único e ocupa um espaço em nosso coração, o Ozzy estará pra sempre em um pequeno pedaço do meu coração (repleto de cachorros), a curta vida dele não foi em vão, pois o meu coração está muito mais bonito com a presença dele. E certamente depois da minha casa passar por quarentena (3 meses ou mais), ajudarei muitos e muitos outros cães sendo uma pessoa melhor, porque tenho um pedacinho do Ozzy no meu coração. E também espero do fundo do meu coração que um dia eu não precise mais recolhê-los da rua abandonados, doentes, machucados, com pedigree ou vira-latas, que as pessoas tomem consciência e sejam cuidadores amorosos, responsáveis e fiéis aos seus animais, assim como eles são conosco.

Francine

Um comentário:

  1. Querida, vc disse, com poucas palavras, tudo o que nos vai no coração cada vez que não conseguimos salvar um anjinho de quatro patas. Eles ficam para sempre na memória e no coração. A dor da perda, aos poucos vai sendo atenuada... até porque outros requerem nossa atenção e cuidados. O único consolo que nos resta é saber que eles, antes de partirem, aprenderam conosco um pouquinho do que é o amor.

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