Fico
indignada com a falta de responsabilidade de alguns cidadãos com seus animais
domésticos. Conseguem se desfazer deles com a maior naturalidade e sem remorso.
Os motivos são os mais banais, como mudança de casa, cresceu demais, late
demais, solta muito pelo, faz muita bagunça, a esposa engravidou, o animal envelheceu
...
Freqüentemente
pessoas que fazem trabalho voluntário de acolhimento de animais de rua são
procuradas por pessoas que “não podem mais” cuidar de seus cães ou gatos. A
minha experiência com esse tipo de situação me ensinou uma coisa: as pessoas
mentem! E fazem chantagem, ameaçam matar ou abandonar na rua, caso não resolvam
seu problema. Há exceções, claro, onde a pessoa já tentou de tudo e não
consegue mais achar solução para a situação, mas na maior parte das vezes há acomodação,
onde é mais fácil empurrar o problema para outros e se eximir da
responsabilidade.
Abandonar
animais é uma crueldade contra eles e uma sacanagem para quem se depara com uma
situação dessas, sejam os vizinhos de um cãozinho deixado para trás quando a
família se muda, seja uma pessoa que encontra uma caixa de filhotes em seu
portão, sejam os motoristas de uma via publica que precisam cuidar para não
atropelar os cães perambulando assustados entre os carros.
Sou a favor
da adoção responsável de animais, visto que é grande o abandono e não há
famílias para tantos filhotes que nascem. Independente de ser de raça, mestiço
ou legítimo vira lata, não importa, a dor da fome, do frio e da solidão é a
mesma para todos.
Uma das
principais bandeiras de um protetor de animais é o controle populacional
através de campanhas de esterilização. Ao adotar um cão ou gato, dê preferência
a animais já castrados, pois assim você evitará futuros problemas de procriação
indiscriminada e estará contribuindo também para a saúde de seu pet.
É preciso
refletir muito antes de levar um membro de patas e pelos para compor sua
família. Essa é uma decisão que afetará sua rotina e que também fará parte de
seu orçamento familiar. Além de alimentação adequada, nossos amigos também
precisam de vacinação anual, atendimento veterinário quando adoecerem, casinha
seca e aconchegante, um ambiente seguro e saudável, companhia e exercícios.
Como no
Brasil o atendimento veterinário público ainda é restrito a poucas cidades, uma
grande parte das famílias tem dificuldade em arcar com os custos de
procedimentos mais complexos, como cirurgias ortopédicas, fisioterapia ou
doenças infecto contagiosas. Muitas dessas famílias utilizam o serviço publico
de saúde, mas o mesmo não existe para seus animais. Isso acaba gerando um
impasse: como pagar atendimento veterinário particular para o bichinho da
família, enquanto as pessoas freqüentam a fila do SUS?
Ao mesmo
tempo, não é aceitável ser responsável pela vida de um animal e deixá-lo em
sofrimento quando se acidenta ou adoece, por falta de verba para arcar com as
despesas veterinárias.
As
entidades de proteção animal brasileiras tem lutado por políticas publicas de
bem estar animal, incluindo campanhas de controle populacional (castração) e
hospitais veterinários públicos. Mas enquanto isso não for uma realidade, é
preciso considerar como manter a segurança, dignidade e bem estar de seu
animal.
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